Os deputados Aliel Machado, da REDE, e Fernando Francischini, do Solidariedade, estão entre os 65 parlamentares que integram a comissão especial do impeachment de Dilma Rousseff, formalizada na sessão de ontem da Câmara dos Deputados. Francischini, que foi secretário de segurança pública no governo do tucano Beto Richa por cinco meses, já apoiou publicamente a saída da presidente e é um dos principais opositores de Dilma na Câmara.

Ontem, na primeira reunião da comissão, o partido dele já apresentou requerimentos para convocar figuras importantes da Lava Jato: o juiz Sérgio Moro; o coordenador da força-tarefa do Ministério Público Federal, procurador Deltan Dallagnol; o delegado da Polícia Federal, Igor Romário de Paula; o procurador-geral da República, Rodrigo Janot; e o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. O Solidariedade também pretende convocar Dilma Rousseff para apresentar sua defesa pessoalmente, além do ex-presidente Lula.

Já o partido de Aliel Machado, a REDE, adotou um posicionamento de independência no Congresso Nacional. Em visita recente a Curitiba, a presidente da legenda, Marina Silva, defendeu a ação que tramita no Tribunal Superior Eleitoral, que prevê a cassação de toda a chapa, ou seja, Dilma Rousseff e o vice Michel Temer, promovendo novas eleições, ao invés do processo da Câmara, em que apenas a presidente deixa o cargo, que passaria a ser de Temer.

Com a instalação da comissão especial, a presidente Dilma tem dez sessões do plenário da Câmara para apresentar a defesa. Em seguida, o colegiado terá cinco sessões para votar um parecer pela continuidade ou não do processo.