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Empresa acusada de fraude atua em Guarapuava desde a década de 1970 | |
Quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017 | |
A empresa que, segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR), participou de fraude para vencer a licitação do transporte público de Guarapuava, na região dos Campos Gerais, controla o sistema de ônibus do município desde a década de 1970. A Pérola do Oeste, ligada à família Gulin, que também controla parte do transporte coletivo de Curitiba, é investigada na Operação Riquixá, cuja segunda fase foi deflagrada na terça-feira (21) - foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e 10 de condução coercitiva em Guarapuava, Campo Largo e Curitiba. saiba mais Advogado criou método para fraudar licitações de ônibus no PR, diz delator Gaeco cumpre mandados da segunda fase da Operação Riquixá no Paraná MP-PR denuncia 22 pessoas investigadas na Operação Riquixá Irregularidades em transporte público motivam operação do MP-PR Gaeco prende 6 pessoas e ouve ex- prefeito de Foz na Operação Riquixá Documentos indicam licitação de ônibus suspeita em 7 cidades do PR A empresa atuou sem licitação até 2009 em Guarapuava, quando o poder público foi proibido de prorrogar os contratos com a empresa sem abrir concorrência. Segundo as investigações, desde o início dos estudos para a licitação, a intenção já era direcionar a concorrência, com a participação do ex-prefeito Luiz Fernando Ribas Carli, denunciado pelo MP por crimes como desvio de verbas públicas e fraude a licitação. A empresa que disputou a licitação com a Pérola do Oeste nunca teve a intenção de vencer a concorrência, de acordo com o advogado Sacha Reck, delator na operação. Reck diz na delação que a Auto Viação Marechal, também pertencente ao Grupo Gulin, participou da licitação "unicamente para dar aparência de legalidade e competividade ao procedimento, a denominada 'cobertura'". Os promotores dizem que escritórios de advocacia, empresas de engenharia, agentes públicos e empresários do setor de transporte se juntaram para fraudar a licitação. Segundo a delação premiada do advogado Sacha Reck, o ex-sócio dele, Guilherme Gonçalves, foi o criador do método utilizado pela organização criminosa, especialmente a elaboração de um modelo de edital de licitação direcionado para a fraude, com a colaboração de empresas de engenharia. Os promotores afirmam que Gonçalves planejou o esquema com Fábio Martins Ribas, ex-procurador geral do município de Guarapuava e primo do ex-prefeito Luiz Fernando Ribas Carli. Fábio Ribas teria indicado, segundo os investigadores, Zamir Martini - ex-assessor jurídico do município de Guarapuava e Luiz Adriano Chociai, ex-diretor do Departamento de Os promotores afirmam que Chociai chegou a criar um e-mail falso e comprou um telefone só para falar sobre o esquema. Os investigadores dizem, ainda, que os empresários do setor de transporte Beatriz Golin Guarinello, Donato Gulin, Dante José Gulin e pessoas ligadas eles também atuaram na organização criminosa, como beneficiários finais e para dar um ar de legalidade à licitação.Os três foram alvos de condução coercitiva na operação de terça-feira. Na denúncia apresentada em 2016 à Justiça, referente ao início das investigações, os promotores dizem que a intenção da organização criminosa era gerar vantagens indevidas para a Pérola do Oeste, como a manutenção da concessão do serviço de transporte para a empresa e, também, a garantia de total autonomia desta empresa para o controle de todo o sistema público de transporte coletivo de Guarapuava, especialmente para fixar as tarifas deste serviço sem qualquer ingerência do poder público municipal. Outro lado O advogado de Dante Gulin reafirmou que o cliente não tem envolvimento no esquema e repudia qualquer acusação de ilegalidade. A empresa Pérola do Oeste informou que está prestando todos os esclarecimentos. O advogado do ex-prefeito de Guarapuava Luiz Fernando Ribas Carli não quis se manifestar. A reportagem procurou, mas não teve retorno de Fábio Ribas, Luiz Adriano Chociai e Beatriz Golin. Zamir Martini não foi localizado.
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